tisdag 28 januari 2014

MST alfabetiserar 50 000

MST berättar att man alfabetiserat mer än 50 000 under sina 30 år. Ännu mer imponerande är att utbildat 8000 pedagoger. Tråkigare är att många skolor på landsbygden stängts, 24 000. Fortfarande återstår 14 miljoner att alfabetisera.

EM 30 ANOS, O MST ALFABETIZOU MAIS DE 50 MIL TRABALHADORES E
TRABALHADORAS

 O acesso à educação é um direito humano fundamental. Desde a
retomada da luta pela terra, em 1984, no Acampamento da Encruzilhada
Natalino, no Rio Grande do Sul, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) busca garantir que os acampados e assentados tenham acesso
à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis.

 Mais de 50 mil pessoas já aprenderam a ler e escrever no MST, fruto do
entendimento de que alfabetizar os trabalhadores é um passo importante
para a transformação social. Além disso, foram formados mais de 8 mil
educadores que atuam em escolas no campo.

 "O compromisso do movimento com a alfabetização é que enquanto
existirem analfabetos, o MST vai estar na luta para alfabetizá-los. É
a mesma convicção de que enquanto existir um trabalhador campesino sem
o acesso a Terra continuaremos lutando pela Reforma Agrária", afirma
Cristina Vargas, do setor de educação do MST.

 No entanto, o acesso à escola é um desafio permanente para os
camponeses e camponesas. Ainda nos primeiros anos do MST, surgiram as
primeiras escolas, denominadas de "Escolas de Acampamentos", que mais
tarde passam a ser chamadas de Escolas Itinerantes. A existência dessa
prática educativa garantiu a escolarização de muitas crianças e
adultos, permitindo que esta experiência fosse reconhecida pelos
órgãos públicos do Rio Grande Sul.

 Durante esses 30 anos, que serão comemorados nesse ano durante o VI
Congresso Nacional do MST, a ser realizado entre os dias 10 e 14 de
fevereiro, em Brasília, o movimento estima que foram construídas
aproximadamente 1200 escolas públicas - estaduais e municipais - nos
assentamentos e acampamentos, das quais 200 são de ensino fundamental
completo e em torno de 100 vão até o ensino médio, nelas estudando em
torno de 200 mil crianças, adolescentes, jovens e adultos Sem Terra.

 Também faz parte da atuação do MST os trabalhos educacionais
através dos cursos de nível técnico que capacitam os trabalhadores
Sem Terra a atuar em cooperativas, além de cursos de graduação, como
licenciatura, pedagogia, direito, jornalismo, administração. Já foram
criados 50 turmas de cursos técnicos de nível médio e superiores em
parceria com Universidades e Institutos federais, em um total próximo a
2 mil estudantes.

 FECHAR ESCOLA É CRIME!

 O MST defende que a escola esteja onde o povo estiver. Os camponeses
têm o direito e o dever de participar da construção do próprio
projeto de escola, respaldados no princípio constitucional de que a
educação é direito de todos e dever do Estado.

 No entanto, após décadas de lutas por conquistas no âmbito
educacional, cada vez mais escolas no campo estão sendo fechadas. Em
oito anos, mais de 24 mil escolas deixaram de atender crianças e
adolescentes filhos de trabalhadores rurais.

 No ano de 2002, existiam 107.432 escolas do campo. Já em 2009, o
número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036, significando
o fechamento 24.396 estabelecimentos de ensino, sendo 22.179 escolas
municipais.

 O Brasil ainda possui 14,1 milhões de analfabetos, o que corresponde a
9,7% do total da população com 15 anos ou mais de idade. Um em cada
cinco brasileiros é analfabeto funcional, ou seja, lê e escreve, mas
não consegue compreender, interpretar ou escrever um texto.

måndag 20 januari 2014

Stedile inför kongressen

En lång pessimistisk intervju med Stedile inför kongressen, rubriken Brasilien blir inte demokratiskt om jorden inte demokratiseras.

Regeringen gör mycket lite, agrobusiness får mer makt och förgiftar miljön


http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/ha-86-mil-lotes-vagos-no-nordeste-e-ninguem-toma-providencias-diz-stedile/


19.janeiro.2014 22:12:35

“O Brasil não será democrático se não democratizar a terra”

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, completa trinta anos neste mês de janeiro. Sua criação foi formalizada durante um encontro realizado em Cascavel, no Paraná, entre 20 e 23 de janeiro de 1984, com a presença de quase oitenta pessoas, de diversas partes do País. Entre elas encontrava-se João Pedro Stédile, que havia começado a participar de ações em defesa da reforma agrária por meio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Teologia da Libertação.
Na entrevista abaixo, Stédile, que faz parte da coordenação nacional do MST, analisa algumas das principais mudanças ocorridas em três décadas e as perspectivas do movimento. Ele afirma que defensores da reforma agrária são minoria no governo da presidente Dilma Rousseff, que estaria privilegiando cada vez mais o agronegócio. Na avaliação dele, é uma política errada, uma vez que o agronegócio promove a concentração de terras e “dá lucro para alguns, mas condena milhões à pobreza”.
O MST surgiu numa conjuntura muita diferente. O Brasil era mais rural, o agronegócio estava menos estruturado, a produção de alimentos era precária, os índices de pobreza rural e urbana eram mais altos. De lá para cá, o agronegócio se tornou altamente competitivo, a produção de alimentos cresceu e o Brasil é apontado como uma potência mundial. Faz sentido continuar insistindo na bandeira da reforma agrária?
A reforma agrária está na ordem do dia como necessidade para construirmos uma sociedade democrática e ter o desenvolvimento social. A terra é um bem da natureza e todos os brasileiros que quiserem trabalhar na terra tem esse direito. Não é justo nem democrático que a propriedade da terra esteja cada vez mais concentrada. Em torno de 1% dos proprietários controlam metade de todas as terras. E agora, pior, estão entregando a propriedade para empresas estrangeiras em detrimento das necessidades do povo. O Brasil nunca será democrático se não democratizar o acesso à terra, para que as pessoas tenham trabalho, renda e dignidade.
Na sua avaliação, o agronegócio não contribui para o desenvolvimento do País?
O agronegócio é uma falácia. É um modelo de produção que interessa aos grandes fazendeiros e às empresas transnacionais que controlam o comércio mundial. Nos último dez anos tivemos uma enorme concentração da propriedade da terra e da produção agrícola. Cerca de 80% das terras são utilizadas apenas para soja, milho, cana, pasto e eucalipto. Tudo para exportação. É um modelo que dá lucro para alguns, mas condena à pobreza milhões. Veja o caso do Mato Grosso, tido como modelo: mais de 80% dos alimentos consumidos pelo povo dali têm que vir de outros Estados. Nós temos 40 milhões de brasileiros que dependem do Bolsa Família para comer e 18 milhões de trabalhadores adultos que não sabem ler. Foram fechadas 20 mil escolas no meio rural e os índices de pobreza não diminuíram. Essa é a consequência do agronegócio.
A maioria da população tem uma imagem favorável do agronegócio.
Ela pode até apoiar, enganada pela propaganda permanente. As consequências perversas do agronegócio atingem a toda população, quando destrói o meio ambiente e altera o clima até nas cidades, quando só produz usando venenos. Esses venenos destroem a biodiversidade, contaminam as águas e os alimentos.
A capacidade do MST para mobilizar pessoas e organizar ocupações de terras diminuiu. O Programa Bolsa Família é apontado como uma das principais causa dessa mudança. Outra causa seria o mercado de trabalho, que se tornou mais favorável à mão de obra menos qualificada, especialmente no setor da construção civil. Concorda com essa avaliação?
A diminuição das ocupações se deve a uma conjugação de diversos fatores. Do lado do latifúndio, houve uma avalanche de capital que foi para agricultura atraído pelos preços das commodities – que dão elevados lucros, aumentam o preço das terras e, com isso, bloqueiam a reforma agrária. Do lado dos trabalhadores, os salários aumentaram nas cidades, o que reforçou o êxodo rural. Há um bloqueio da reforma também no Judiciário e no Congresso, que não consegue nem regulamentar a lei que proíbe trabalho escravo. E tem a inoperância do governo, que abandonou as desapropriações. Os trabalhadores, percebendo que as desapropriações estão paradas, acabam desanimando, pois vêem seus parentes ficarem durante cinco, oito anos debaixo da lona preta, esperando por terra, sem solução. Mas tudo isso é conjuntural.
Acha que essa situação é passageira?
Sim. O problema da pobreza do campo e do número de trabalhadores rurais sem terra não foi resolvido. A retomada da luta, com mais força, é apenas uma questão de tempo.
A presidente Dilma Rousseff deixou claro desde a campanha eleitoral que não está preocupada com a criação de novos assentamentos, como quer o MST. O objetivo dela é reduzir a pobreza, com a elevação dos índices de produção das famílias já assentadas. Como vê isso?
O governo Dilma é hegemonizado pelos interesses do agronegócio. Os setores do governo que ainda defendem a reforma agraria são minoritários. O Estado brasileiro, por meio do Judiciário, do Congresso, das leis e a mídia, é controlado pela burguesia, que usa esses instrumentos para impedir a reforma. Nesse governo, a incompetência e a má vontade política são impressionantes. Há dois anos, durante uma reunião do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, a presidenta nos prometeu que iria priorizar assentamento de famílias sem terra nos projetos de irrigação do Nordeste, que é onde vivem os mais pobres. Pois bem, há 86 mil lotes vagos nos projetos há existentes, nos quais o governo poderia assentar 86 mil famílias. Mas ninguém toma providências.
Por que?
Porque, no botim dos partidos, o Ministério da Integração foi gerido a serviço das oligarquias nordestinas.
Como vê a situação dos assentamentos já existentes?
Enfrentam muitos problemas. Um deles é o da moradia. Temos um déficit de mais de 150 mil casas. Também é preciso ampliar os programas de compra direta de alimentos e da merenda escolar, uma conquista obtida durante o governo Lula. Ainda há falta de escolas no meio rural, porque o MEC continua incentivando as prefeituras a levarem as crianças para cidade, com o oferecimento de vans.
A presidente Dilma assinou um decreto determinando que os recursos destinados aos assentamentos sejam transferidos diretamente para as famílias beneficiadas, em vez de passarem antes por cooperativas, como acontecia. Isso não vai enfraquecer as cooperativas e a organização dos assentados? Acha que a medida está relacionada às afirmações de que o MST sobrevivia com o dinheiro repassado às cooperativas?
Isso é irrelevante. Os recursos de crédito nunca passaram por cooperativas e associações. O assentado precisa sempre fazer o contrato direto no banco. A não ser, em raros casos, de existência de cooperativa de crédito rural.
Ao mesmo tempo que se verifica o refluxo das ações na zona rural, aumentam as manifestações urbanas e surgem novas organizações. Como vê isso? O que achou das manifestações ocorridas em junho?
Toda mobilização social na política é muito positiva. E o lugar natural do povo participar ativamente da política é a rua. É o lugar para se manifestar, lutar e defender seus direitos e interesses. Vimos as mobilizações com bons olhos e, na maioria das cidades, nossa militância também participou. Elas deram um sinal de que precisamos de mudanças.
Que tipo de mudanças?
Nas áreas de moradia, transporte público, educação, saúde para todos, reforma agrária. Para fazer as mudanças, porém, precisamos de uma reforma política, que garanta a representatividade do povo na administração do Estado. A política foi sequestrada pelo financiamento privado das campanhas, que deixa todos os eleitos reféns de seus financiadores. Por isso, nós, dos movimentos sociais, estamos pautando a necessidade de lutarmos por uma reforma politica, que democratize a forma de eleger os representantes.
É possível fazer a reforma com esse Congresso?
Claro que não. Diante disso, estamos articulados numa grande plenária nacional de movimentos populares e entidades da sociedade para lutarmos por uma constituinte soberana e exclusiva, convocada para promover a reforma política. Durante todo esse ano vamos fazer um mutirão de debates e na semana do 7 de Setembro faremos um plebiscito popular, para que o povo vote e diga se quer ou não uma assembleia constituinte.

onsdag 8 januari 2014

MST:s kooperativ

Inför 30-årsjubiléet lyfter MST fram de mer än 150 kooperativ och andra organisationer man skapat för att producera livsmedelI delstaten Rio Grande do Sul, har det producerats mer än 300 000 säckar ekologiskt ris,  I Santa Catarina, mer än 9 miljoner mjölk per månad. i Paraná har man processat 2 miljoner liter mjölk i månaden,förutom mer än 600 000 säckar  ris..Liksom förut är det de små lokala industrierna man menar är viktiga att skapa. Dessutom talar man om ekologisk matproduktion som viktig, intressant och avancerad. Vilken jord är det vi vill skapa blir den retoriska frågan i denna text på portugisiska.



Em 30 anos, o MST conquistou mais de 150 cooperativas e associações


Ao longo dos 30 anos de história do MST, que se completam em 2014, muitas conquistas podem ser comemoradas pelos Sem Terra, sejam elas no âmbito da luta pela terra, da educação, da cultura, da formação, entre outras.

Entretanto, uma em específico merece atenção: a produção agrícola nas áreas de assentamento.

Ao todo, mais de 60 cooperativas e cerca de 100 associações integram o processo produtivo do Movimento em todo o país, envolvendo centenas de milhares de famílias assentadas e acampadas.

Segundo Antonio de Miranda, do setor de produção do MST, um dos principais desafios do processo produtivo se dá no âmbito da cooperação agrícola. Para ele, é necessário definir linhas de produção por região, para que sejam formados eixos articuladores da cooperação e da organização do processo produtivo.

“Buscamos construir um processo de agroindustrialização a partir das linhas de produção, sem deixar de avançar no processo de comercialização da nossa produção, seja em feiras livres ou no mercado institucional”, destaca.

Segundo ele, pode-se citar como exemplo desse processo a produção de arroz orgânico no Rio Grande do Sul, onde são produzidas mais de 300 mil sacas, envolvendo 1600 famílias de 9 assentamentos da região.
Já em Santa Catarina, por exemplo, os Sem Terra têm como carro chefe a pecuária leiteira, produzindo mais de 9 milhões de litros por mês. O Paraná não fica muito atrás, já que três cooperativas regionais são responsáveis pela industrialização de 2 milhões de litros de leite por mês, além das 600 mil sacas de arroz.

“Em geral, todos os assentamentos do MST produzem leite, mas se somarmos apenas a produção dos assentamentos que ainda estão em processo de organização de sua produção leiteira, temos aí mais de 5 milhões de litro dia”, observa Miranda.

Além dessas experiências, diversos outros cultivos já contam com o processo de agroindustrialização, seja ele de grande ou pequeno porte, como a pecuária de corte, a criação de pequenos animais, o cultivo de uva, coco, cacau, café, feijão, milho, soja, caju, mandioca, peixe. Além do cultivo de frutas locais e a realização de feiras livres a partir das hortas.

“Um dos nossos maiores desafios é a luta pela criação de agroindústrias nos próprios assentamentos. Isso permite agregar maior valor ao produto, gera mais emprego nas áreas, principalmente à juventude, e permite um maior desenvolvimento do assentamento como um todo”, acredita.

Produção agroecológica
 

De acordo Miranda, a luta em torno da produção agrícola nas áreas de assentamento não se limitam apenas na esfera da produtividade, mas também na qualidade dos alimentos.

“Vivemos num período de hegemonia do modelo produtivo do agronegócio, mas ele só é capaz de produzir monocultivos, destrói a biodiversidade local, exigi enorme utilização de agrotóxicos, polui o meio ambiente e contamina os alimentos que consumimos”, pontua.

Nesse sentido, outro grande desafio do MST apontado por Miranda é contrapor esse modelo produtivo, construindo um modelo alternativo de produção agrícola no campo brasileiro: a agroecologia.

“A agroecologia é uma matriz tecnológica altamente sofisticada e o que há de mais avançado no mundo agrícola. Com isso, ela só será possível de ser realizada em sua plenitude se contar com grandes políticas públicas, com instituições públicas de pesquisas voltadas a ela, com tecnologia apropriada à agricultura camponesa, com técnicas que diminuam a penosidade do trabalho e aumente a produção”, avalia Miranda.

Dentro dessa perspectiva, a luta dos Sem Terra também se dá em torno da disputa pelo modelo agrícola a ser implantado no país, ao buscar a transição da atual situação para as técnicas de agroecologia nos assentamentos.

“Que tipo de agricultura queremos? Essa que acaba com as florestas, só produz com veneno e gera câncer na população ou a que cultiva alimentos saudáveis, gera emprego e preserva o meio ambiente?”, indaga Miranda.