CPT, den kyrkliga organisationen för skydd av
småbrukare och lantarbetare i Brasilien är mycket bekymrad över situationen i
Brasilien efter det de kallar kuppen. Man ser en våg av våld och förstörelse på
landsbygden.
Stora jordägare, trävaruhandlare går hårt fram i
Amazonas och Cerradi. I juni försvann 972 kvadratkilometer skog, en ökning med
97 procent sedan förra året
En skrämmande utveckling med våld mot folk på
landsbygden, framförallt indianer och svarta på ett sätt som liknar
kolonialtiden, fram till augusti har 40 lantarbetare och deras försvarare
dödats, antal mordförsök har ökat med 58 procent och antalet familjer som avhysts
av pistolmän ökade med 96 procent
I Bahia har 400 familjer avhysts trots att de
bott i 100 år har bott på mark som ägs av samhället i en gammal boendeform, en
typ av allmänning.
I Goias
har 4 ledare för de jordlösas rörelse (MST) arresterats och rörelsen
karaktäriseras som en kriminell rörelse.
Det har också skapat en speciell insatsgrupp för
att bevaka sociala rörelser
Nedanpressmeddelandet från CPT i sin helhet
Lennart Kjörling, frilansjournalist, Brasilienkännare 0708-927034
Lennart Kjörling, frilansjournalist, Brasilienkännare 0708-927034
Comissão Pastoral da Terra – Secretaria
Nacional
Assessoria de Comunicação
Assessoria de Comunicação
NOTA
PÚBLICA
‘Terra
sem lei’ e de ‘vale tudo’
A
Diretoria e a Coordenação Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Terra –
CPT vêm a público denunciar o quadro de deterioração do ambiente político e
social no país e suas agravadas consequências. Medidas políticas e judiciais de
flexibilização e subtração de salvaguardas sociais e ambientais são impostas,
num retrocesso que traz sofridas lembranças do tempo da Ditatura Civil-Militar.
Parece que quase nada avançamos desde então, a não ser para mais fundo no reino
da hipocrisia e da indigência moral dos discursos e coberturas da mídia.
No
campo, este cenário conturbado da política nacional tem propiciado um ar
pestilento de “terra sem lei” e de “vale tudo”.
- Madeireiros, fazendeiros e
outros agentes do agronegócio avançam sobre a Amazônia e o Cerrado numa
sofreguidão há tempos não vista. Dados do Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostram que a região perdeu 972 km² de
florestas em junho de 2016. Um aumento de 97% se comparado a junho de
2015. Situação denunciada, semana passada, pelas CPTs da Amazônia.
- Assiste-se a um
crescimento assustador da violência contra homens e mulheres no
campo, sobretudo contra indígenas e quilombolas num ódio etnocida, ao modo
do Brasil Colônia. Se, em 2015, o Centro de Documentação Dom Tomás
Balduino da CPT (CEDOC) registrou o assassinato de 50 pessoas em
conflitos no campo, este ano o quadro é ainda pior. Até
meados de agosto, em dados parciais, já se registram 40 mortes de
trabalhadores e seus defensores, 33% a mais do que em igual
período de 2015, quando houve o registro de 30 assassinatos. Também
cresceu em 58% o número de tentativas de assassinato, 43 até agosto de
2016, 28 em igual período de 2015 e em 96% o número de famílias expulsas
do campo por ação de pistoleiros e jagunços, 764. Em igual período de
2015, 389 famílias foram expulsas. A CPT do Tocantins denunciou, em julho,
a ocorrência de cinco ações violentas de expulsão, em apenas três meses.
- O Judiciário tem agido
inescrupulosamente como braço do capital e dos interesses do agronegócio.
Caso emblemático acontece na Bahia, onde decisão judicial nega o direito
de quase 400 famílias que vivem há mais de 100 anos em terras públicas de
“fundo de pasto” em Areia Grande, município de Casa Nova. O estado de
Goiás está servindo de laboratório para a repressão e criminalização dos
movimentos sociais. Foi decretada a prisão de quatro lideranças do MST,
enquadradas na lei 12.850/2013, que caracteriza o movimento como
“organização criminosa”. Duas destas lideranças estão presas e outras duas
se exilaram. Em junho, outro líder sem-terra também foi preso enquadrado
na mesma lei. Os pedidos de habeas corpus, com excelente
fundamentação jurídica, foram sistematicamente negados.
Esta
explosão de violência e agressões, ao que tudo indica, tem tudo a ver com o
golpe parlamentar, judicial e midiático que está sendo perpetrado contra a
vontade popular, na deposição da Presidenta da República. Se aprovado seu
impedimento pelo Senado, ainda que cumpridos ritos legais, estará consumado um
golpe de Estado, já mostrado a que veio pelo acelerado processo de desmonte de
direitos sociais das classes trabalhadoras, tramado às claras e aplicado sem
cerimônia pelo governo interino ilegítimo, a serviço explícito do capital,
tanto nacional quanto internacional. A proposta de liberar a venda de terras
aos estrangeiros é uma prova cabal desse serviço, que junto a uma ampla
concessão de títulos de terra aos assentados visa tornar o campo ainda mais
concentrado e conflituoso.
Para
cercear a ação dos movimentos sociais, há poucos dias, o ministro da
Defesa, Raul Jungmann, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
general Sérgio Etchegoyen, criaram força-tarefa para monitorar ações do MST e
movimentos contrários ao governo ainda interino.
Sérias
suspeitas já pesam sobre os rumos da operação Lava Jato que galvanizou a
opinião pública enojada de tanta corrupção política, mas cada dia parece menos
propensa a cumprir o que prometera: “passar o Brasil a limpo”. Teria cumprido
seu inconfessável intento?
Diante
deste quadro se prevêem fortes reações populares, que serão reprimidas com a
violência que se anuncia e já se pratica, podendo levar o país à convulsão
social. As campanhas eleitorais municipais iniciadas poderão até atenuar ou
adiar este quadro sinistro, mas não o deterão, se não for restabelecida a
normalidade democrática.
O
Deus da Vida que “ama quem pratica a justiça e não abandona os seus fiéis, mas
a descendência dos ímpios vai exterminar” (Salmo 37,28), nos fortaleça na busca
da paz. Como a palavra do Mestre nos ensina é das periferias do mundo que virá
a libertação. É nossa fé.
Goiânia,
22 de agosto de 2016.
Diretoria
e Coordenação Executiva Nacional da CPT
Mais informações:
Cristiane Passos
(assessoria de comunicação CPT Nacional) – (62) 4008-6406 / 9 9307-4305
Elvis Marques
(assessoria de comunicação CPT Nacional) – (62) 4008-6414 / 9 9309-6781
Antônio Canuto
(assessoria de comunicação da CPT Nacional): (62) 4008-6412
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