lördag 14 mars 2015

Den politiska krisen i Brasilien

Här kommer gårdagens brev från MST, nu på engelska. Längre ner en artikel på portugisiska där MST tydligt stöder Dilma

Message About Death Threat Against Joao Pedro Stedile
An announcement has been circulated on social media that says “Stedile, dead or alive” and offers a reward of R$10 thousand
Message to the Brazilian people

A “Stedile, dead or alive” ad has been circulated on social media. Presenting him as leader of the MST and "enemy of the Fatherland", the author offers a reward of R$10,000 for those who can fulfill this request. In other words, the ad is encouraging and promising to pay to kill a person, in this case João Pedro Stedile of the national coordination of the MST.
 There are indications that this criminal action originated from the personal Facebook account of Paulo Mendonça, a municipal guard from Macaé (RJ). And it was immediately reproduced by most of the social networks that on a daily basis spew hatred of the people's movements, migrants, the Workers Party and now, especially against President Dilma Rousseff. They are the same social networks for the most part who are organizing for protests on March 15 to demand that Dilma,  legitimately elected in 2014, step down from the office of President of the Republic.
 The authorities have been contacted so that the author of the ad and all those who are posting it can be investigated and brought to justice, since they are guilty of incitement to murder.
But the posting is only a reflection of the sectors of the Brazilian elite who are willing to promote a wave of violence and hatred in order to destabilize the government and take back the power that they lost with the PT's electoral victory in 2002.
For these sectors there are no limits, not even common sense. They refuse to accept the will of the people expressed in the democratic process for electing their rulers.
They get carried away by coup instincts, lulled by the support and connivance of the conservative and anti-democratic media. They use the rhetoric of fighting corruption and the need to remove those who they believe are destroying the country, to flirt with democratic rupture.  They pose as democrats, forgetting that the governments of the military dictatorship also claimed to be democratic.
They are the same ones who committed with impunity the crime against the homeland with the privatization policy of the 1990s.
The poster, and what we see on the streets and social networks, is a consequence mainly of a partisan media, which manipulates, distorts and hides information at the same time promoting hatred and prejudice against those who think differently. The theologian Leonardo Boff is right when he blames the conservative, coup-hungry media, which never respected a popular government but wants to heighten the drama of the political crisis in the country. And courageously names the promoters of the chaos in which they want to throw the country: the newspaper O Globo, TV Globo, Folha de S. Paulo, the Estado de S.Paulo and the perverse and lying Veja magazine.
A media power that has the ability to hijack political parties and sectors of the powers in the republic.
This media, without any ethics or social responsibility, shapes its readers with the mentality of the author who made the criminal poster about Stedile. And it's this media that feeds the social networks  with the most anti-social and uncivilized values.
 The PSDB Party, betraying their social democratic origin, are opposing the government, feeding a collective hatred that was initially restricted to the upper class, but now sprawling throughout all segments of society, against a political party and the elected president. They imagine that they will benefit from the chaos and install their own party.
 A monster was created by the way the PSDB chose to oppose the Workers Party government and by the irresponsibility of the business media. Violence and hatred are spreading in the streets. This creature has picked its first victims: gay couples and their children, immigrants, the poor of the suburbs, grassroots leaders and political activists of the left. But often those creatures, who are always hungry for violence and intolerance, do not even spare their creators and those who are accompanying them today.
 There will be a long journey to overcome the difficulties created by those who oppose building a country that is socially just, democratic and egalitarian. 
Starting with a deep political reform that takes us to a new National Constituent Assembly, exclusive and binding. It is necessary to tax large fortunes and face the power of the financiers and the financial system. Battles so urgently needed in order to face the challenge of democratizing communication to  ensure equally the freedom of expression and the right to information, rights blocked by the monopoly media that exists in the country.
 Only then, those who are nostalgic for the dictatorships will be defeated, and the people will be conscious of the need to defend the country' and struggle for democracy, and not the opposite, as the author of the criminal poster believes today.
 Landless Workers Movement– MST
São Paulo, March 12, 2015


Stédile ber aktivisterna att smörja stövlarna och gå ut på gatorna för spelet börjar. Han uppmanar medlemmarna att stödja Dilma så att hon inte viker ner sig

Ato a favor da Petrobras em Porto Alegre - Flavio Ilha / O Globo
PORTO ALEGRE – O principal dirigente do MST no país, João Pedro Stédile, apelou nesta quinta-feira em Porto Alegre, durante ato em defesa da Petrobras, para que a presidente Dilma Rousseff “não se acovarde” diante da pressão de setores do país “que querem tomar o poder no grito”. Diante de um público estimado em 5 mil pessoas pela Brigada Militar, Stédile comparou a situação política atual ao período da Legalidade, quando João Goulart foi impedido de assumir a Presidência com a renúncia de Jânio Quadros. Ele prometeu “botar o povo na rua” depois das manifestações do próximo domingo, para garantir que o país “faça as reformas necessárias”.
— Se a burguesia tentar dar um golpe, nós temos que assumir um compromisso de ocupar as praças, acampar, fazer vigílias e daqui do Rio Grande, como foi na campanha da Legalidade (em 1961), exigir respeito à democracia, manter o povo unido e marchar a Brasília para exigir que esses idiotas da Globo e do capital internacional, que querem botar a mão no pré-sal, respeitem a democracia e o povo possa avançar. Esperamos também que a nossa companheira Dilma tenha a coragem do velho Brizola. Dilma, não se acovarde. Não caia na esparrela do ajuste neoliberal – discursou.
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E mandou um recado à militância:
— Engraxem as botas e as chuteiras, que o jogo só está começando. Quem não tiver barraca compre uma. Compre um tênis. Estamos aqui no vestiário, só nos preparando.
As declarações foram feitas durante ato em defesa da democracia, da constituinte da reforma política e da Petrobras. A manifestação fez parte da agenda de ações que ocorrem em várias outras cidades do país nesta quinta-feira. Desde as 7h militantes ligados à CUT, à CTB, ao MST e à Via Campesina, entre outras entidades, ocuparam ruas de cidades da Região Metropolitana com faixas em defesa da estatal e contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Segundo os organizadores, cerca de 50 ônibus locados transportaram militantes de várias cidades até Porto Alegre. Havia delegações de cidades da Serra, como Caxias do Sul e Farroupilha, e de regiões mais distantes da capital, como Lagoa Vermelha, no Norte.


Camponeses da Via Campesina participam de ato em Porto Alegre em defesa dos direitos dos trabalhadores e da Petrobras. - Divulgação/ MST
No mês passado, em ato em defesa da Petrobras, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula também conclamou os militantes a defender o governo e a democracia.
— Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas — disse durante o ato.
Na segunda-feira passada, Stédile esteve reunido em São Paulo com o ex-presidente Lula para definir a estratégia das manifestações em favor do governo petista. A liderança sem-terra afirmou que as manifestações vão continuar nesta sexta-feira em várias cidades do país e também na semana que vem, após os atos marcados pela oposição para este domingo.
O líder do MST usou o mesmo argumento do PT ao dizer que a corrupção é provocada diretamente pelo atual modelo de financiamento das campanhas eleitorais. Stédile afirmou que “meia dúzia de gerentes filhos da puta e ladrões” não podem comprometer o papel estratégico da Petrobras para a economia do país e que os casos de pagamento de propina são “endêmicos” em governos liberais.
Stedile também criticou a composição do Congresso que, de acordo com o dirigente sem-terra, foi 70% comprado pelo financiamento privado de campanhas.
— Hoje não temos mais parlamentares do PT, do PC do B, do PDT, do PMDB. Hoje nós temos a bancada ruralista, a bancada da Gerdau, a bancada da Vale, a bancada da Bala, a bancada dos filhos da puta, menos a bancada da classe trabalhadora — criticou.
O sem-terra também fez uma autocrítica ao dizer que os movimentos que têm deixado a presidente Dilma “acuada” são “fruto dos nossos erros” — citando a publicidade oficial em grandes veículos de comunicação que segundo ele fazem oposição ao governo como um desses erros. E completou, em referência ao governo:
— Quem planta pepino não colhe melancia, só colhe pepino.
Stédile também disse que não vê problema nas manifestações antiDilma e próimpeachment marcadas para este domingo em capitais do Brasil. Mas ressalvou que não aceitará “ameaças”. Durante o dia, a assessoria do MST divulgou uma nota afirmando que Stédile tem sofrido ameaças de morte e citou um anúncio que circula pela internet que pede o líder sem-terra “vivo ou morto” em troca de recompensa de R$ 10 mil. O caso foi denunciado à Polícia:
— Estão estimulando que o dia 15 vai ser não sei o quê. Não temos problema que a burguesia vá para as ruas no dia 15. Não é esse o problema, pode vir. Mas venham para discutir ideias, não para fazer ameaças. Porque nós vamos botar o povo na rua amanhã (hoje, quinta) e depois do domingo também. Isso significa que essa jornada só está começando. Depois do dia 15, dona Globo e dona burguesia, nós voltaremos às ruas para garantir os nossos direitos.
Em entrevista depois do ato, o líder sem-terra criticou a presidente Dilma e disse que ela foi eleita para fazer reformas populares, e não um ajuste neoliberal. Stédile criticou os cortes orçamentários na educação e na saúde e lembrou que desde outubro do ano passado nenhum novo contrato do programa Minha Casa Minha Vida foi assinado.
Também disse que o MST continua esperando pelos assentamentos prometidos por Dilma na campanha. Stédile pediu que a presidente oriente o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o ministro Joaquim Levy a cumprirem as promessas eleitorais — ele citou que, nos dois últimos anos, apenas 17 mil famílias foram assentadas, das mais de 90 mil que continuam acampadas no país.
O sem-terra também defendeu a estatização da Companhia Brasileira de Alimentos (Conab), transformada pelo PTB, segundo ele, em paraíso para as “negociatas do agronegócio”.

— Dona Dilma, entregue a Conab aos camponeses porque nós sabemos produzir alimentos para o povo sem roubalheira — afirmou.
No mês passado, em ato em defesa da Petrobras, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula também conclamou os militantes a defender o governo e a democracia.
— Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas — disse durante o ato.


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